LIÇÃO 10
MISSÕES NÃO SE ACABAM COM O ENVIO DO MISSIONÁRIO – Atos 13.1-3; Rm 16.1-4; Efésios 1.15-23; Fp 1.9-11; Cl 1.9; 2 Ts 3.1-2.
(Com base no texto do Rev. Heberto García – Superintendente Nacional - Guatemala)
INTRODUÇÃO
Ser uma igreja missionária não é um “golpe de sorte” é um fundamento bíblico que só funciona se colocado em prática. Ser igreja missionária tem relação com a obediência absoluta da Palavra e do Espírito Santo. Nesta lição abordaremos a urgente necessidade e a importância do acompanhamento do missionário, desde antes do envio, durante o campo e quando retorna. Isto pode haver uma grande diferença entre o retorno prematuro e um trabalho de longo prazo. Desenvolver um processo bíblico, planejado e intencional pode trazer resultados positivos de longo prazo para a família do missionário propriamente dito e para igreja local que o enviou. Os experientes em missões fizeram anteriormente, suficientes recomendações a respeito do retorno antecipado dos missionários, porém não temos prestado atenção e seguimos cometendo alguns erros.
Diante desta realidade proponho que estudemos os padrões que possibilitam uma igreja fazer o correto no envio missionário, a partir de uma liderança madura, eficiente e obediente a Deus, tal como foi na igreja de Antioquia.
1. PADRÕES BÍBLICOS E ESPIRITUAIS DE UMA IGREJA MISSIONÁRIA – Atos 13.1-3
O que fará um missionário da igreja local não é um evento, não é um programa, não é uma moda, não é uma imposição. O que ele está fazendo, está ordenado na Bíblia (Mt 28.18-20). O envio de missionário é uma ação natural da igreja, impulsionada pelo Espírito Santo.
O que ensinava a Igreja de Antioquia e que os crentes de agora devem imitar?
A igreja de Antioquia nos mostra padrões corretos de uma igreja missionária, e os conflitos típicos das igrejas modernas não cabiam naquela jovem, porém madura igreja local. Vejamos a igreja de Antioquia e os padrões de vida eclesiástica. O relato bíblico diz: “Havia na igreja de Antioquia profetas e mestres... Um dia, celebrando um culto ao Senhor, o Espírito Santos disse: “Separai-me, agora, Barnabé e Saulo para a obra que os tenho chamado. “Então, jejuando, e orando, e impondo sobre eles as mãos, os despediram.” (Atos 13.1-3)
a) Era uma igreja em comunhão (v-1)
Examinemos o seguinte:
- Havia diferenças geográficas: a passagem nos informa que os líderes daquela igreja eram procedentes de diversas áreas geográficas; recordemos que cada pessoa leva a sua própria cultura, porém o amor do Senhor Jesus Cristo ameniza as diferenças culturais e introduz o caráter de Cristo que tem sido implantado em nós pelo seu glorioso Espírito Santo.
- Origens religiosas diferentes:
A mentalidade da cultura grega era oposta a judaica. Os judeus de origem grega eram mais abertos as diferentes culturas enquanto os judeus eram mais fechados. A tal ponto que se um grego não era prosélito do judaísmo e participante de todos os rituais judaicos, era considerado como um perdido.
- Origens sociais diferentes:
Um dos líderes era da alta sociedade, pois a passagem diz que havia criado junto com o tetrarca Herodes. Os outros eram de níveis econômicos mais baixos. Porém suas diferenças não criaram barreiras que impediram o desenvolvimento da obra do Senhor. O Salmo 133 nos ensina que Deus se agrada que os crentes vivam em comunhão
12 Temas Missionários para uma igreja Missionária
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porque ali o Senhor ordena a bênção. Temos aprendido que Deus opera em uma igreja cujos membros estejam em comunhão.
b) Era uma igreja disponível ao Senhor (v-2)
- Os irmãos jejuavam:
No Novo Testamento, Cristo o instituiu o jejum como uma necessidade para a preparação e fortaleza espiritual do cristão (Mc 2.19). Como vemos a igreja de Antioquia o praticava com grandes resultados.
- Os irmãos oravam:
A igreja tem que pratica a oração como um estilo de vida, é uma igreja poderosa. Quando a igreja ora é abençoada por Deus porque ela está expressando sua dependência do Senhor.
- Os irmãos serviam:
Os irmãos eram ativos no louvor, na adoração ao Senhor. O serviço estava enfocado na exaltação da gloriosa pessoa de nosso Senhor Jesus Cristo. Cristo era o centro de sua adoração. Se a pessoa de Jesus não é exaltada na adoração cristã, então não é um culto cristão, é somente uma reunião religiosa. A propósito amado pastor, examine com atenção, com muito cuidado bíblico e sabedoria pastoral os corinhos de sua congregação. A razão disto é simples, a grande maioria desses novos corinhos não tem uma teologia correta e bíblica.
c) Era uma igreja obediente ao Senhor (v-3)
Então, depois de orar e jejuar impuseram as mãos e os despediram.
2. PADRÕES BÍBLICOS E RELACIONAIS DOS CUIDADOS PASTORAL DOS MISSIONÁRIOS, DESDE A IGREJA LOCAL.
A. Deve ser realizado de pessoa a pessoa. A vida do apóstolo Paulo, é um exemplo claro de um missionário transcultural, cercado de amigos e irmãos na fé, a quem Deus pôs em sua vida para cuidar e ministrar, sendo de grande apoio no seu ministério, facilitando para que pudesse cumprir com o seu chamado de levar o evangelho a todas as nações.
a) O cuidado ao missionário não era uma tarefa exclusiva de pessoas “especializadas”. A Bíblia nos mostra que todos
somos membros do corpo de Cristo e como tais, todos e cada um devemos manter a unidade, preocupando-nos uns com os outros, cuidando-nos e exortando-nos a seguir crescendo no conhecimento do Senhor, para cumprir a obra que nos tem sido ordenada (Ef 4.15-15; 1Ts 5.14-15).
b) O apóstolo Paulo menciona em suas cartas, muitas pessoas que foram usadas por Deus para ministrá-lo, apoiá-lo e
cuidá-lo (2 Co 7.5-7; Fp 4.10-15; 2Tm 1.16-17).
c) Paulo não esteve só para cumprir o apelo que Deus lhe fez, o Espírito Santo o usou poderosamente e o Senhor o cercou de membros do seu corpo para abençoá-lo e tomar parte na extensão do seu reino por toda a terra.
d)Como Paulo os missionários hoje em dia necessitam do nosso apoio e cuidado na área espiritual, emocional, física, e de relacionamento interpessoais.
e)O recurso humano é o mais valioso que temos, e por isso devemos cuidar e ministrar sobre ele. Isso é um privilégio de grande responsabilidade que implica orar com veemência por eles e suas famílias, assim como pelos seus colaboradores e as pessoas que ministram (Ef 1.15-23; 3.14-19; Fp 1.9-11; Cl 1.9; 4.2-4; 2Ts 3.1-2). Também devemos estar dispostos para ouvi-los (Tiago 1.19), animá-los e edificá-los (1 Ts 5.11), levar as cargas junto com eles
(Gl 6.2) e restaurá-los em amor (Gl 6.1; Rm 15.1-7).
B. Deve-se fazer no tempo certo
- O cuidado começa muito antes do missionário se preparar para sair; continua durante o campo e segue quando regressa para casa. Paulo sempre contou com o apoio emocional, espiritual e financeiro, tanto de líderes como dos irmãos crentes na fé; juntos participaram na defesa e confirmação do evangelho (Fp 1.1-8; 4.15).
- O cuidado com o missionário envolve todos os membros do Corpo de Cristo. Cada membro é responsável do bem estar do missionário (1Co 12.25).
CONCLUSÃO:
Como temos visto acima, a igreja não deve ser vítima de uma moda, e sim, imitadora de Cristo e obediente a sua Palavra. A igreja não deve ser uma mãe irresponsável de seus filhos, abandonando-os ao negar-lhes o cuidado integral. A igreja deve ser fiel a sua vocação, na qual está evidenciada na igreja de Antioquia. A igreja deve assumir toda a responsabilidade que inclui ser igreja que envia. É urgente o desenvolvimento de uma visão global de fazer missões a luz da Bíblia e que os missionários não tenham que regressar frustrados, feridos, ou algo pior como o lar e a família destruída. Uma boa seleção, uma boa preparação de missionários, diminui o perigo, ainda que não o elimine de tudo. O pastor é a chave e deve estar comprometido, dirigindo o comitê de missões, o desenvolvimento e a execução do ministério de missões da igreja.
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